Galera em Paz

15:00


Todo baile funk é a mesma tristeza. Muita "apertação", banheiros imundos e calor infernal – isso quando não rola briga do lado de dentro e tiroteio do lado de fora. Só duas coisas deixam saudades num baile funk: o próprio funk e as gatinhas funkeiras. Desde o final de Julho, discoteca Gypsy, no Leblon, vem enchendo cada vez mais as suas matinês de sábado com uma receita simples e infalível: o funk rola solto das 17 h às 21 h, as gatinhas estão por todos cantos, há espaço de sobra para dançar, o ar condicionado funciona bem e a galera só quer saber de se divertir.



“Eu amo o funk, sou louca por funk”, berra a lourinha Adriana Kelly, 16 anos, de Ipanema. Como várias funkeirinhas da Zona Sul, Adriana até que tentou ir num baile, mas se arrependeu: “tinha muito marginal do morro lá dentro”.

O mesmo aconteceu com as “melhores amigas” ipanemenses Fabiana Della Santa, 16 anos.

“Fui pela primeira vez ontem num baile e não gostei”, diz Fabiana. “Aqui é mais civilizado. Lá é todo mundo armado, não é ambiente pra mim”, completa.

Joana concorda na hora: “aqui é muito mais organizado”

No sábado, dia 14, Adriana Kelly e seu amigo do Leblon Roberto Braga, 22 anos, passaram duas horas se requebrando na “dança da bundinha” sem parar nem para ir ao banheiro. Na semana seguinte, lá estavam os dois de novo na maior energia.

“O publico que vem aqui é de alto nível, não esses funkeiros do morro”, manda Roberto.

Para quem nunca ouviu falar a “dança da bundinha” é (junto com o trenzinho e com as versões cabeludas dos sucessos da parada funk) a principal diversão da galera.

É super-fácil: são basicamente dois passinhos para frente, dois para trás e uma batida no bumbum no seu par.

“Aprendi sozinha, batendo com o meu na parede do quarto”, lembra Adriana.

Aliás, essa parte do corpo parece fixação entre os frequentadores.

“Venho aqui por causa do Marlboro. Ele é o melhor, é o único que mixa com o bumbum”, conta Fernanda Leão, 15 anos, da Gávea.

O Marlboro do qual Fernanda fala, é o DJ titular das matinês funk da Gypsy. É ele quem explica essa história de mixar com o bumbum:

 “Trata-se do back to back, uma técnica que faz o maior sucesso com o publico e com a qual fiquei entre os dez melhores no campeonato mundial de DJs em Londres, em 89”.

Líder de audiência de segunda a sábado no horário das 17h as 19h com seu programa BigMix, na FM 105, o DJ Marlboro é um ídolo para todo mundo que curte funk. Marlboro conhece tudo e está sempre inventando alguma mixagem nova.

“O sucesso das matinês de sábado na Gypsy prova que a culpa dos tumultos nos bailes não é da música, e sim dos bardeneiros”, atesta DJ.

Créditos: Renato Alzenman – Jornal do Brasil 1993 / Foto: André Arruda

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