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“Nosso Sonho”, filme sobre Claudinho e Buchecha, conquista maior bilheteria de 2023
Longa ultrapassou marca de 430 mil espectadores
Filme de Claudinho e Buchecha, Nosso Sonho é maior bilheteria nacional de 2023Divulgação
O filme “Nosso Sonho”, que conta a história da dupla Claudinho e Buchecha, se tornou a maior bilheteria nacional de 2023. Chegando na sexta semana de exibição, o longa alcança a marca dos 430 mil espectadores desde a sua estreia, em 21 de setembro.
O longa conta com Juan Paiva como Buchecha e Lucas Penteado como Claudinho. No elenco, também se destacam Tatiana Tiburcio e Nando Cunha, que interpretam Dona Etelma e Souza, os pais do Buchecha; Lellê e Clara Moneke são Rosana e Vanessa, as namoradas dos músicos. Vinicius Boca de 09 e Gustavo Coelho interpretam Claudinho e Buchecha na infância, respectivamente.
“Nosso Sonho” conta, ainda, com participações especiais de Antonio Pitanga, como Seu Américo, Isabela Garcia, como Dona Judite, Negão da BL como DJ do baile, e FP do Trem Bala e Gabriel do Borel, como a dupla Cidinha e Doca e Flávia Souza e Reinaldo Júnior.
“Batalhamos muito para que “Nosso Sonho” fosse este sucesso nas telonas. A parceria com a produção do filme se deu desde o desenvolvimento do projeto. A luta em conjunto seguiu até a exibição para conseguirmos um circuito grande e levar este filme incrível a mais de 430 mil pessoas em todo o Brasil”, diz Felipe Lopes, sócio-diretor da Manequim Filmes.
Créditos: Matéria Barbara Carvalho - CNN POP
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História de Claudinho e Buchecha vira filme, 20 anos depois de acidente: 'Um sonho se concretizando'
Os versos “nossa história vai virar cinema/ e a gente vai passar em Hollywood”, da canção “Coisa de cinema”, de Claudinho e Buchecha, estão perto de se tornar realidade. Na semana passada, em um dia de filmagem na Ilha do Governador, bairro carioca onde a dupla viveu após despontar para o sucesso em São Gonçalo, Lucas Penteado e Juan Paiva, que interpretam Claudinho e Buchecha respectivamente, estavam rodando mais uma cena de “Nosso sonho”.
A cinebiografia sobre a dupla que veio do funk e fez história no pop nacional é dirigida por Eduardo Albergaria e tem previsão de lançamento nos cinemas para 2023, com distribuição da Manequim Filmes. Um dos biografados, o cantor Buchecha marcou presença no set e se emocionou com o trecho filmado no dia: seu casamento com Rosana Souza, com quem começou a namorar quando tinha 15 anos e com quem está até hoje.
Aos 47 anos, Buchecha lembra que ficou sensibilizado ao assistir a “2 filhos de Francisco — A história de Zezé di Camargo e Luciano” (2005), de Breno Silveira, quando, em fase inicial na carreira solo, três anos após a morte de Claudinho, identificou-se com a história de percalços até o sucesso.
— Lá no fundo, ficou passando pela minha cabeça: “Será que um dia vai aparecer alguém que vai nos olhar com carinho e ter o interesse de contar a nossa história?” — diz o cantor. — Agora, estou vendo um sonho se concretizando. Como dizem na comunidade, estou embasbacado. E bem na fita, colocaram um ator muito bonito pra me representar.
O projeto vai contar essa história de música e amizade, passando pela trágica morte de Claudinho, num acidente de carro há 20 anos (mais exatamente, em 13 de julho de 2002), e pelo período de depressão de Buchecha, até reunir forças para investir numa carreira solo. Albergaria, que também assina o roteiro ao lado de Fernando Velasco, Daniel Dias e Mauricio Lissovsky, diz que não vai ignorar os momentos mais dramáticos vividos pelos músicos, mas descreve seu filme como “um convite à alegria”.
— É uma história de sucesso de dois meninos que saem de São Gonçalo para ganhar o mundo e chegar até o Japão, de jovens que tiveram suas vidas transformadas pela arte, pelo funk, pela cultura e pela amizade — diz Albergaria. — Estamos contando a história que as pessoas esperam, mas também entregando um pouco mais. É um encontro com as músicas e um encontro com o sentimento daquela época.
O sonho de Buchecha de ter a trajetória de sua dupla contada no cinema começou a se tornar realidade há sete anos. A ideia para o filme partiu do roteirista Fernando Velasco, na produtora Urca Filmes. Na ocasião, Albergaria considerou a iniciativa interessante, mas achou que já haveria outras produtoras de olho. Quando descobriu que ninguém estava desenvolvendo um projeto sobre a dupla, resolveu ligar para o artista. Após uma reunião na casa de Buchecha, o diretor viu que tinha uma grande história nas mãos.
Herói do funk
Conhecido pelo trabalho como Ravi na novela “Um lugar ao sol”, Juan Paiva, de 24 anos, conta como foi o processo de encontrar seu Buchecha.
— É uma grande responsabilidade, porque é uma vida que existe, é diferente de você criar um personagem. Eu tento prestar atenção nos detalhes. Vi muitas entrevistas, vídeos dele dançando, e, nas oportunidades que tive de encontrá-lo, fiquei observando a forma como fala, como se comporta — descreve Juan. — O Buchecha é um grande herói do funk, tem uma história linda. Espero que ele se veja em mim e veja o Claudinho no Lucas (Penteado).
Conhecido pela conturbada passagem pelo “BBB 21”, Lucas Penteado, de 25 anos, tinha apenas 5 quando Claudinho morreu, mas tem lembranças da dupla que movimentou o Brasil nos anos 1990. Ele se recorda de uma ocasião em que foi chamado a atenção na escola por usar boné na sala de aula. Um dia, ao se deparar com uma entrevista de Claudinho e Buchecha na TV, fez questão de mostrar ao pai que os dois estavam de boné.
— Eu falei para o meu pai que era estilo. A minha identidade começou vendo Claudinho e Buchecha na TV. Eles sempre foram uma referência para mim — conta Lucas, que também viu e ouviu muito material de arquivo com Claudinho. — Foi um processo de descoberta, tentar entender como ele fala, anda, olha. Eu sou meio nerd, então tentei entender como era essa língua presa que ele tinha, dificuldades com o “C” e o “S”, mas falava bem o “R”.
Além de atuarem no filme, Lucas e Juan também cantam, sem auxílio de playback, as músicas mais famosas da dupla responsável por hits como “Quero te encontrar”, “Fico assim sem você” e “Só love”. Os dois, inclusive, já tiveram oportunidade de se apresentar cantando Claudinho e Buchecha, ainda que informalmente. Durante um intervalo das gravações, Juan levou Lucas para conhecer a favela do Vidigal, onde mora. Lá, os atores acabaram em cima de um palco de bar apresentando os maiores hits da dupla.
20 anos de saudade
Consultor e produtor musical do longa, Buchecha fez um trabalho específico com os atores na parte sonora. O cantor conta que, inicialmente, ficou preocupado com o sotaque paulista de Lucas e com o fato de Juan ter uma ligação maior com o rap do que com o funk, mas faz questão de reforçar que os dois se saíram muito bem no desafio e que acredita que o público pode até confundir as vozes dos atores com as originais.
Perguntado se iria fazer uma participação em cena no filme, Buchecha diz que não, pois é um ator muito ruim. O produtor Leonardo Edde, no entanto, brinca:
— Ele vai fazer uma participação, só não sabe ainda.
Feliz em ter sua história contada nos cinemas, Buchecha não reclama de ser muito acionado pelo produtor, mas conta que o foco no filme tem dificultado outros projetos. Ele tem realizado shows e ajudado a gerir as carreiras dos filhos Ceejay, cantor, e Giulie Oliveira, atriz. Por causa de todos esses compromissos, não sabe se irá conseguir concluir o DVD que tinha previsto para 2022, ano em que a morte de Claudinho completa duas décadas.
— A perda brusca de um grande amigo de infância foi um marco muito doloroso para mim e tem sido ainda hoje muito difícil de lidar. Tudo me faz lembrar dele. As nossas músicas, os locais onde fizemos shows ou tivemos alguma história marcante. Estamos completando 20 anos de saudade, e parece realmente que foi ontem. Mas precisamos seguir a vida — diz o cantor, emocionado.
“Nosso sonho” é o primeiro filme a contar a história de Claudinho e Buchecha. Em 2009, a vida de Claudinho foi tema do especial “Por toda minha vida”, da TV Globo. O programa mesclou imagens de arquivo, depoimentos e cenas dramatizadas com os atores Alex Gomes como Claudinho e Adriano de Jesus como Buchecha.
Créditos: Matéria - Lucas Salgado / Fotos: Angelica Goudinho e João Atala - Jornal Extra
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Canções românticas desaparecem das paradas de sucessos da música brasileira. Será que o amor saiu de moda?
"Quem não viveu um grande amor ainda vai viver e vai se identificar com alguma música dessas. É por isso que elas duram tanto tempo. São como os grandes amores, que não acabam. As pessoas estão carentes de novas músicas românticas. Quando vão procurar uma playlist, vão logo em quê? No Melim, no Luan Santana, no Lulu...Porque sabem que eles cantam o amor e cantam bem, né?" MC Marcinho
Se quiser falar de amor?
"Fale com o Marcinho. Ou então chama pro feat!"Um cara que entende de hits de amor "não-perecíveis" é MC Marcinho. Quem atualiza o bordão clássico do funk é o próprio cantor. A frase surgiu no hit "Glamurosa", lançado em 2002. Naquela época, com 25 anos, ele já era chamado de "Príncipe do Funk".
"Eu já vinha de muitas músicas românticas estouradas e pensei: 'Pô, eu sou um especialista no assunto, né?' Então, se quiser falar de amor, é só falar comigo!"Quase 20 anos depois, Marcinho segue firme no estilo romântico, agora apostando em novos sons, como mistura do funk com o trap e com o reggaeton. MC Marcinho não acha que o amor, como tema de música, tenha saído de moda. Na opinião dele, a "molecada" —do funk, principalmente— é mais ousada, mas não deixa de falar de amor quando, por exemplo, canta sobre sexo.
"As letras ficaram um pouco mais pesadas, né?", comenta Marcinho. "Aquela essência do amor puro, de chamar de 'meu docinho, minha gatinha', não tem mais. Hoje é 'potranca', 'popozuda', 'vou te pegar daqui e dali'. Acho que às vezes passa um pouco do ponto."
O rótulo
"A ideia do cantor romântico é que ela é muito redutora e tem uma conotação de preconceito. Mas eu também sou um cantor e um compositor que canta sobre o amor e fico feliz de ser lembrado assim."Mas há também quem tire proveito do tal rótulo de cantor romântico. MC Marcinho conta que, para ele, o carimbo acabou servindo como uma arma para lutar contra o preconceito.
"Ajudou mais do que atrapalhou. O fato de eu ser um MC romântico abriu muitas portas para mim. Fiz show em praças em que o funk não entrava, porque o preconceito era grande. Como eu falava de amor, sofri menos que meus parceiros." MC Marcinho
"A gente pode pensar no cantor romântico —ou em todos esses que levam rótulos— como um personagem feito para ser consumido. A questão é o sujeito gostar ou não de ser consumido dessa forma. O nosso desejo de consumo é aquele e, de repente, ele 'trai a sua confiança' fazendo algo diferente."
Sinal dos tempos?
É difícil para caramba. Mas, para sair da dor, somente com amor. Eu sou da tese de que devemos sempre amar e essa pandemia me ensinou a amar ainda mais.No campo da sociologia e da filosofia, Márcio Tavares D'Amaral destaca o "papel fundamental" que as músicas de amor —e quem as canta— têm na nossa cultura.
"É uma tarefa de resgate dos valores de uma civilização que sempre se quis amorosa, relacionada com o outro. Da ideia de que existe o outro e eu preciso dele. É importante que se cante sobre essa essência da relação amorosa, porque se todo mundo silenciar, vence o ódio, vencem as polarizações e o desamor."
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