Billy: balanço ‘funk’ no Madureira

19:20


Depois de ser “buzinado” no antigo Cassino do Chacrinha, ganhar o “troféu abacaxi” e voltar para casa desolado, Billy começou a sua luta para alcançar o sucesso. Cantor de música funk, ele hoje se exibe para  públicos que chegam a seis mil pessoas em apenas uma apresentação e é presença garantida nos bailes do Madureira Esporte Clube, pelo menos nos próximos dois fins de semana. São os adeptos dos bailes de subúrbio, onde a Furacão 2000 atrai jovens de todas as regiões. Sua música mais conhecida, a “Melô do Neném”, do compositor DJ Rafael, esta nas paradas de sucesso e faz parte do último disco da famosa equipe de som.



Não raro ele é cercado por fãs que disputam um lugar próximo ao ídolo. Até mesmo as roupas são copiadas. Mas Billy, com 23 anos, não se apresenta sozinho. Ao seu lado está o Star Blue. Este grupo faz a segunda voz e desempenha a coreografia. Tchello, primo de Billy, o acompanha desde o tempo que fazia shows em festas de rua. E foi a partir desses eventos que o cantor pôde conhecer Rômulo Costa, um dos donos da Furacão, hoje empresário do cantor e do Grupo Star Blue, composto também por Bob e Jony.

Sem nenhum conhecimento específico da língua inglesa, Billy não só canta músicas funk, como também escreve quase tudo em inglês. Não aprendeu teoria musical, mas através de conhecimentos básicos de piano, compõe suas melodias.

Os outros integrantes do grupo não entendem de música e não tocam um instrumento sequer. Tudo funciona na base do playback.

De suas músicas, “Open your eyes” e “Stay”, presentes também no último disco da Furacão, são muito pedidas durante os shows. Classificadas como “charminho”, pois têm batidas fortes e ritmo lento, provocam delírios na platéia que em coro acompanha o cantor.

Em Recife, onde se espantou com a popularidade dos bailes funk, Billy encontrou uma plateia de oito mil pessoas que o esperava. Todos queriam saber como eram os bailes cariocas e já conheciam a “Melô do Neném” e “Open your eyes”.

O cantor prefere escutar música americana e afirma considerar o funk uma “força sinistra” que movimenta seu público.

Os bailes começam sempre às 17 h. E para quem ainda não sabe, o Madureira Esporte Clube fica na Rua Conselheiro Galvão 130.


Empresário nega violência em bailes

Empresário de Billy e do Star Blue, Rômulo Costa é certamente um dos maiores responsáveis pelos polêmicos bailes em clubes do subúrbio. Ele nega as acusações de violência nas imediações dos espetáculos e diz que as festas já contam com o apoio do policiamento local. Rômulo procurou incentivar no último disco da Furacão grupos nacionais ainda desconhecidos.

“— Antes, nós trazíamos gente famosa para tocar, como Lulu Santos, a extinta Blitz e até mesmo Roberto Carlos. Mas as produções ficaram muito caras e os artistas cada vez mais exigentes — conta ele.”Só em 1989, o último LP vendeu 180 mil cópias, número que deverá ser ultrapassado pelo disco mais recente, que em apenas um mês já atingiu 85 mil cópias vendidas.
Mediante acordo com firmas internacionais, que compram os direitos autorais das músicas, os sucessos do funk chegam ao grande público. Mas as musicas com intérpretes nacionais sofrem um certo boicote das rádios, como afirma Rômulo:

“— A execução em rádio é sempre muito difícil. O Billy e Grupo Star Blue estão fazendo grande sucesso nos bailes, a garotada canta e dança as músicas deles como verdadeiros ídolos, mas a execução continua complicada — atesta.”

Quanto às criticas que os bailes recebem, Rômulo tem uma opinião formada:

“— E apenas um espaço para as pessoas que têm poucas opções de lazer se divertirem — afirma.”

Musica:

Morena
Créditos Matéria: Ano 1990 

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