Antiga fábrica Rheem Química, em Benfica, é implodida para dar lugar a ‘Funkódromo’

16:30


Rio - O abandono vai dar lugar à cultura. Em menos de dez segundos foi implodida ontem a antiga fábrica Rheem Química, em Benfica, onde será construída a Escola da Rua — conhecida popularmente como ‘Funkódromo’ —, unidade para desenvolvimento do funk, hip-hop e grafite. Cerca de 2 mil moradores de um raio de 150 m — que abrange as ruas Prefeito Olympio de Melo, Dr. Pedro Ernesto, General Almerio de Moura, Dona Darci Vargas e Barreira do Vasco — tiveram que deixar suas casas.

Na Escola da Rua será construído grande museu para o ritmo musical. Um estúdio estará à disposição para quem quiser gravar, mixar e produzir músicas. Cursos de Informática, como webdesign e produção executiva, também serão oferecidos. Os jovens poderão se tornar DJs, MCs e até mesmo dançarinos. A música vai rolar solta em grande área de convivência, onde serão realizadas rodas de rap, bailes e apresentações de hip-hop.

Muitos reclamaram da transformação da área de 5 mil m² em um centro cultural do funk. “Precisamos de hospital, creche, escola e não de bagunça. Aqui na vizinhança já tem muito baile funk”, reclama a dona de casa Vanda Silva, 51. O motorista Jair de Souza, 61, mora em frente ao novo espaço e planeja deixar a casa. “Não adiantar morar em um lugar onde não dá para dormir. Fora que a área pode ficar perigosa, com brigas nas ruas”, avalia.

Nem todos são contrários ao novo centro cultural. Funkeiro de carteirinha, o pedreiro Claudinei Silva, 45, aprova a novidade. “Tenho que ir longe para ir para o baile funk, agora vou ter pertinho de casa. Fora que será um espaço de encontro para os jovens, o que é muito válido”, analisou.

Claudinei assistiu à implosão da antiga Rheem com o coração apertado. Ex-funcionário da metalúrgica, ele revela que sente saudades dos tempos áureos do local: “Era um ótimo local para trabalhar, fique lá por oito anos. Mas, depois que fechou, o imóvel ficou abandonado e foi melhor mesmo implodir”.

250kg de explosivos

A detonação aconteceu às 7h. Foram usados 250 kg de explosivos. A Av. Brasil foi interditada às 6h e liberada às 7h40. Também foram fechados o Viaduto Ataulfo Alves (Benfica), e as ruas Prefeito Olympio de Melo e Ricardo Machado.

Os moradores deixaram as casas de 4h às 6h. Para acomodá-los, dois pontos foram montados e creches, abertas. O subsecretário de Defesa Civil, Márcio Motta, ressaltou que o imóvel já estava condenado pelo órgão e havia risco de deixá-lo em pé.

A parte de trás da fábrica, próxima à comunidade da Barreira do Vasco, ainda será implodida. Vizinha da Rheem, a antiga fábrica do Sabão Português também vai abaixo para dar lugar à Cidade do Samba 2.

Créditos: O Dia - Foto: Severino Silva / Agência O Dia

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